No ano passado, o Ministério Público Estadual lançou a campanha "Quando uma imagem vira pesadelo", propondo reflexão sobre os riscos do compartilhamento de imagens íntimas de crianças e adolescentes na internet. Nesta terça-feira (6), é comemorado o Dia Mundial da Internet Segura. A ação ocorre em 110 países e é coordenada no Brasil pela ONG SaferNet Brasil, em conjunto com o Ministério Público Federal e o Comitê Gestor da internet. Esta será a 10ª edição da iniciativa no país. A ONG, que não tem fins lucrativos, trabalha com a defesa de direitos na rede, especialmente, cidadania na internet.
Sobre um cuidado que pais podem ter com os filhos acessando a internet, Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet, diz:
— Navegar muito, muitas horas por dia, não significa que crianças e adolescentes têm todas as condições de informação e de orientação para navegar com segurança. Essa é uma coisa que a gente sempre fala: navegar muito não significa conhecer muito de internet. Não é porque nasceram na época da internet que dominam a tecnologia. Isso é para quebrar um pouco aquela ideia de nativo digital, tipo "ah, meu filho sabe tudo, nasceu conectado, sabe mais do que eu". Daí os pais acham que não têm nada para ensinar, o que não é verdadeiro.
O promotor da Infância e da Juventude Júlio Almeida também reforça o papel dos pais.
— Antigamente, nossos pais queriam saber onde a gente ia e com quem falava. É a mesma coisa com a internet. É preciso ter cuidado, fazer esse convencimento e ter algum controle — destaca Almeida.
Os alertas das autoridades também têm como alvo o aparelho muito presente na mão de crianças e adolescentes: o smartphone.
— O que facilita muito as crianças terem acesso a esse tipo situação (de risco na internet) é o uso de smartphone e o pouco controle parental. Os pais precisam ter cuidado, conversar sobre segurança e sobre privacidade com os filhos. Orientar para que não passem dados pessoais, não compartilhem senhas da internet com amigos, não divulguem lugares que frequentam, a sua escola, horários — ressalta a promotora Denise Villela.
Dicas de segurança
Relação de confiança
Os pais devem estabelecer uma relação de confiança e acompanhar o que os filhos fazem nas vidas real e virtual. Saber quem são os amigos de seus filhos e também os grupos onde estes amigos estão inseridos.
Conheça as amizades
É aconselhável procurar saber mais informações sobre os amigos de seus filhos, a idade correta e o que puder sondar nesse aspecto.
Locais públicos
Deve-se conversar com os filhos sobre os riscos de conhecer pessoas em lugares públicos. Parques, shoppings e praças podem ser lugares de risco para desavisados, porque além da segurança física no momento do encontro (em um dos casos julgados recentemente, o agressor ofereceu bebida para a vítima adolescente), há também o perigo das relações virtuais que decorrem desse primeiro encontro, com pessoas sem referência alguma.
Limites à privacidade
Na internet o cuidado deve ser redobrado. O Ministério Público orienta que as conversas em aplicativos de mensagens devem ser verificadas com frequência pelos pais, que precisam também estabelecer uma relação de confiança.
— Crianças e adolescentes não têm direito à privacidade nas comunicações telefônicas. Pais têm que saber com quem filhos estão conversando, senhas, códigos e no que estão usando as redes sociais — afirma o promotor da Infância e da Juventude Júlio Almeida.
Atenção aos fakes
É preciso atenção aos perfis "fake" tanto no Facebook quanto no Instagram e no WhatsApp.
Diálogos suspeitos
O adolescente precisa contar para adultos de confiança caso alguém mande mensagens com pedidos estranhos.
Cuidado com informações
Não é aconselhado publicar informações e fotos identificando endereço de casa, escola, clube que frequenta.
O que vale no mundo real, vale no virtual
A internet não é um ambiente seguro. Quem a torna segura é o usuário com seu comportamento.
Fonte: Ministério Público Estadual
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